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segunda-feira, 31 de maio de 2010

SUSPENSÃO DA GREVE E ACORDO

Há alguns dias venho buscando uma resposta para a pergunta que me foi feita por uma educadora. Ela quis saber a minha opinião sobre a suspensão da greve e o então acordo que "deu" origem ao fim do movimento. Dar uma opinião individual parece coisa simples, mas quando se tem em mente os dias paralisados e as horas de tensão em prol de uma causa maior que não foi solucionada, torna-se muito difícil opinar.
Gostaria de poder dizer que o movimento não foi político. Mas se o objetivo inicial não foi abalar politicamente o poder em exercício, tornou-se necessário por força das respostas negativas ao andamento das reivindicações e as tentativas de negociações. A cada atitude repressiva, aumentou-se aos poucos a rejeição pelos causadores do massacre financeiro feito a categoria há anos. E isso é político. Como é político também as relações sociais em si. Portanto, foi um acordo político.
Então, politicamente vejo o acordo como uma estratégia de recuo, inteligente... Ganha o Governo com o fim do movimento e a possibilidade de ter tempo para novas manobras; e ganha a categoria em greve por sair ilesa, embora as culpas e sentenças a ela atribuidas sejam injustas. E injustas são também, historicamente, as organizações políticas e juridicas do país que barram a liberdade, a igualdade, a justiça em si. E contra elas só conseguiremos vitória se houver a união da maioria da população, o que hoje é mera utopia.
Se ambos os lados ganharam com o acordo, houve perdas também para os dois: o governo perdeu uma boa change de conquistar votos, não que os educadores fossem votar em massa em seus candidatos, mas refiro-me ao voto daqueles que acordaram e hoje entendem melhor o lema " Minas aponta o caminho".
Os trabalhadores grevistas perderam a chance de precionar um pouco mais e quem sabe alcançar o piso ou algo próximo ao piso.
Somente o tempo dirá se a assinatura daquele documento mostrado pela direção do sindute na assembléia do dia 25/05 valeu a pena. De repente, como diz o ditado, a pressa pode ter sido nossa inimiga.
Cabe a cada um agora, fiscalizar e cobrar dos representantes da categoria uma ação positiva na mesa de negociações com o Governo. E tendo vencido o prazo, que a categoria seja chamada novamente em praça pública para as devidas apreciações. E se preciso for, reiniciar a caminhada.

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