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terça-feira, 25 de maio de 2010

Acordo entre governo e grevistas pode colocar fim à greve

Amigos, hoje teremos uma assembleia em Belo Horizonte. Vamos aguardar o que de bom fluirá desta. Devemos acreditar na força maior que é Deus e confiar na capacidade do nosso sindicato que está bravamente nós honrando. Enquanto isso vamos nos contentando com as noticias do jornal hoje em dia que é muito bem vindo e que está de parabéns em suas reportagens...

Vejam:

No encontro, na Assembléia Legislativa, foi tirado um 'Termo de Acordo' que promete levar professores e alunos devolta para sala de aula

Representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute) se reuniram, na noite desta segunda-feira (24), com a Secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, para elaborar um acordo para colocar fim a greve dos professores estaduais, que já dura 48 dias. Conforme o Governo, desta reunião, saiu um Termo de Acordo que promete por fim à greve. O documento será apresentado na assembléia dos professores nesta terça-feira (25), às 14 horas na Praça da Assembleia, onde os professores decidirão se darão continuidade à greve.

Entre os itens que estão no acordo, consta a criação de um grupo paritário que vai estudar um meio de incorporar as vantagens dos professores ao salário real, num prazo de 20 dias. Depois disso, em 10 dias será apresentado como Projeto de Lei.

Outro ponto presente no documento é que não haverá corte de ponto nem prejuízo funcional à categoria. Além do Governo se comprometer a pagar os dias cortados em folha complementar ainda no mês de junho, isso se os professores decidirem pelo fim da greve.

Pais temem que greve persista

Pais de estudantes de escolas estaduais em greve estão cada vez mais preocupados com a situação dos filhos. Há 48 dias sem aulas, eles temem que os estudantes fiquem atrasados em relação aos colegas de escolas particulares e das públicas que não estão em greve.

A auxiliar administrativa Anísia Dias dos Santos, 47 anos, está preocupada com o futuro do filho de 12 anos, estudante da Escola Estadual Caminho à Luz, no Bairro Esplanada. Sem ter com quem ficar, enquanto ela e o marido trabalham, o adolescente fica sozinho em casa, diferentemente do que acontecia quando estudava, já que chegava em casa por volta das 18 horas, meia hora antes da chegada de Anísia e do marido. “Eu falo com ele que é para rever o que já aprendeu, mas ele fica soltando papagaio o dia inteiro”, diz Anísia, que admite passar o dia preocupada com o filho.

Os professores reivindicam o piso salarial nacional de R$ 1.312, 85 para jornada de 24 horas. O Governo de Minas Gerais se recusa a dar o reajuste, alegando que o aumento de 10%, que elevou o vencimento de R$ 850 para R$ 935, é maior do que o piso nacional e que nenhum reajuste pode ser feito agora, já que extrapolou o prazo determinado pela lei eleitoral.

“Além da violência do baixo salário com piso miserável de R$ 580, temos a violência do cotidiano na escola. Somos agredidos fisicamente, diariamente”, contou uma professora que não quis ser identificada. Ela já sofreu agressão física na escola de uma aluna e tem medo, até hoje, de trabalhar devido às constantes ameaças. “Fiquei seis meses fazendo tratamento psicológico e, até hoje, tomo remédio controlado para conseguir dormir”, diz.

Depois de ser agredida verbalmente pela estudante, a aluna a agrediu com pontapés e socos. O caso foi parar na delegacia e, depois, no Juizado de Conciliação. “Entrei com vários pedidos na Secretaria de Educação para sair da escola, mas ninguém fez nada”, disse.

A escola fica na Região de Venda Nova e não é apenas esta professora que sofre com a violência. Outros professores estão com uma doença chamada Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional.

No último sábado, dia 22, o governador Antonio Anastasia (PSDB) descartou demitir os servidores da Educação, mas reforçou a possibilidade de contratar substitutos temporários. Um dia antes, o Tribunal de Justiça permitiu que o Governo contratasse professores para que os alunos pudessem retornar às aulas.

Na semana passada, em uma decisão liminar do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), no dia 20 de maio, o desembargador Alvim elevou de R$ 10 mil para R$ 30 mil a multa diária para o Sind-UTE/MG no caso de manutenção da greve dos professores. Também foi determinado o bloqueio de R$ 130 mil das contas bancárias do sindicato referentes aos valores de multas diárias entre os dias 7 e 19 de maio.

Anteriormente, no dia 6 de maio, o desembargador Wander Marotta, que já havia declarado a greve ilegal, determinou o retorno imediato dos professores sob pena de multa diária de R$ 10 mil.

“Não que eles (professores) não mereçam aumento salarial, mas também têm que pensar na educação das crianças”, afirmou Anísia. “Acho que os professores estão empurrando o ensino com a barriga. Deveria ser uma reforma total”, acredita a mãe.

Enquanto isso, ela torce para que os educadores voltem às aulas, afinal, não tem condições de pagar pelos estudos do filho. “Além disso, para a gente procurar outra escola estadual, que não esteja em greve nesse momento, é difícil porque, de qualquer forma, meu filho ficará atrasado em relação aos outros alunos”, reclama.

Na última terça-feira, cerca de 6 mil professores, depois de decidirem pela continuidade da greve, fizeram uma passeata da Praça da Assembleia até a Igreja São José, no Centro de Belo Horizonte, causando transtornos no trânsito da capital. Nesta terça, caso os grevistas decidam pela continuidade da paralisação, o problema pode se repetir.

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